terça-feira, 2 de abril de 2013

CONTINUAÇÃO - A Filha de Lucifer

Fiquei por momentos confusa a olhar para eles os três.
-Vida louca? Porque dizes isso? - Perguntei. O Bobby antecipou-se e respondeu por ele.
-O que ele quer dizer é que a tua vida vai mudar. Já mudou mas agora irá-se tornar ainda mais louca.
-Como assim? - Voltei a perguntar. O Bobby aproximou-se de mim, tocou-me no ombro e respondeu:
-Gostei muito de te ter aqui mas receio que isto aqui já não é seguro para ti. Não quero que te aconteça nada. Estive a pensar e acho que irás ficar bem com o Sam e o Dean. - Olhei para os irmãos.
-Mas eu... - Tentei.
-É melhor para ti. Eles são fortes e são capazes de te proteger melhor que eu.
-Mas eu gosto de estar aqui. - Choraminguei. Vou ter que me ir embora de novo? Já não aguento mais estar sempre a mudar de sitio, eu quero ficar fixa num só lugar.
-Eu sei e acredita que por mim ficavas mas não é seguro e tu própria sabes o que já aconteçeu. - Voltou a dizer.
Olhei para o chão e respirei fundo. A minha vida pareçe ser uma tortura, tudo mudou tão depressa e agora tenho dois irmãos como meus guardas costas.
-Para onde é que eu vou? - Perguntei. O Dean aproximou-se e falou amigávelmente.
-Porque não preguntas antes: Por onde é que eu vou passar? - Olhei séria para ele.
-O que... - O Sam deixou a sua mão grande no meu ombro.
-Nós não temos uma casa fixa. Nós somos caçadores (hunteres). Estamos sempre em movimento. - Não acredito no que estou a ouvir, eles são caçadores, isso eu já sei mas eu não quero ser uma caçadora e estar todos os dias num sitio diferente, é demais para mim. Começei a chorar.
-Eu não...
-É melhor para ti Marcy. - Disse o Bobby.
Eu não fui capaz de ficar ali ao pé deles, preçiso de estar sózinha, sai dali e fui para o quarto a chorar.
Sempre que penso em tudo o que mudou recomeço a chorar e não consigo parar. Porque sou tão fraca? Eu queria ser mais forte.
Pensei no assunto e talvês não seja assim tão mau, há de haver algumas vantagens.


POV NARRATIVO DE BOBBY

-Ela preçisa de um tempo para assimilar tudo o que está a aconteçer. - Disse-lhes, eles ficaram a olhar para mim sem dizer nada, o Sam foi o primeiro.
-Onde a encontraste? Como descobriste que ela é filha de Lucifer? - Olhei para eles. Quando eu lhes disser eles vão dar cabo de mim e do Castiel. Por fim respondi:
-Foi o Castiel que me disse.
-O quê? - Já sabia que o Dean ia explodir.
-Tem calma Dean, eu vou explicar tudo.
O Castiel pediu-me á uns tempos para a localizar, eu assim fiz. Ele pediu-me segredo e eu perguntei porquê, ele disse que me iria dizer quando a encontrasse. Ele já sabia quem ela é. Ele é que me deu todas as pistas. Quando a localizei ele disse-me que ela é filha de Lucifer, disse que não queria que voçês soubessem ainda porque andavam atrás de Lucifer e se soubessem que ele tem uma filha podiam querer matá-la . Conheci-a e certifiquei-me que ela não é como o pai e fui ai que eu vos disse quem ela é.
-Como é que ela reagiu a isso tudo? - Perguntou o Sam. Os seus olhos são sinceros e eu sei que ele também está a passar pela mesma coisa.
-Bem, pensei que fosse pior. Aquela rapariga é muito forte. Demasiado forte e ela não tem a noção disso. - Respondi. Eles ficaram a olhar para mim.
O Dean andou de um lado para o outro.
-Eu prometo-te que nada lhe vai aconteçer. - Prometeu-me e olhou para o Sam, eu sorri e disse:
-Eu sei que sim. Eu prometi isso ao seu pai adoptivo. - O Sam olhou para mim.
-Onde está a Mary? A mãe biológica?
-Morreu á quinze anos. A Marcy só tinha oito anos.
-Os pais adoptivos? - Perguntou o Dean, eu respondi.
-O pai adoptivo chama-se Gabriel, foi um caçador. Reformou-se, a mulher morreu porque foi possuida por um demônio. - Ficamos calados, eu fui buscar umas cervejas para nós.
Falei de novo:
-Voçês têm que lhe ensinar umas coisas. Ela é muito rápida a aprender, ela já matou dois demônios. - O Sam ficou sério a olhar para mim.
- A sério? Como foi isso? - Perguntou.
-Um foi lendo aquele feitiço que voçês costumam ler e o outro não sei bem. Ela simplesmente fez com a mente.
-Ela sabe como o fez? - Voltou a perguntar.
-Não, também já lhe perguntei mas ela diz que não sabe como foi. - O Dean sorriu e falou.
-Estamos perante uma meia humana e caçadora, isto vai ser interessante. - Bebeu um traque de cerveja.
Fiquei a olhar para ele. Conheco esta expressão e sei que o Dean não vai ficar só por estas palavras.
-Continua Dean. - Pedi. Ele deu um jeito com as sobrancelhas.
-Ela... - Ficou a magicar.
-Ela? - Perguntei.
-Ela é gira. - Eu e o Sam olhamo-nos sérios, voltei os olhos para o Dean e avisei:
-Ela não é para o teu bico.
-Que idade é que ela tem? - Perguntou.
-23.
-É para o meu bico. - Eu tornei a avisar-lhe.
-Dean se a magoas com as tuas cenas eu dou cabo de ti.
-Eu não a vou magoar. Eu prometi que a vou cuidar.
-Espero que sim. - Sorrimos todos.


POV NARRATIVA DE MARCY


Mais tarde desci, encontrei o Bobby na cozinha.
-Ei. - Disse-lhe, ele viu-me e perguntou-me como estou com um sorriso.
- Como te sentes?
- Estou melhor agora. - Andei por ali e vi os irmãos através da janela a falar com um homem de gabardina cor beige, este olhou para mim com um ar sério. Ficou a observar-me, senti-me incomodada e virei-me para dentro.
-Bobby eu queria-te pedir desculpa pela maneira como reagi. - Disse-lhe.
-Ora essa, não tens que pedir desculpa. São coisas que aconteçem e tu não és de aço. - Abraçei-me a ele e disse o que vou sentir falta.
-Vou ter saudades tuas. - Senti os seus braços nas minhas costas.
-Eu também mas nós vamo-nos ver muitas vezes. Aqueles rapazes não vivem sem mim. - Olhei para ele, os seus olhos estão brilhantes e o seu rosto comprimido com força para não chorar.
-Eu também não vivo senti. - Disse-lhe encostando a minha cabeça no seu peito.
Senti os irmãos a entrar, ouvi a voz grave do Dean.
-Bobby... - Virei-me para os ver, o tal homem de gabardina clara e cumprida veio até a mim e ficou a olhar para mim como se eu fosse uma coisa rara. Os seus olhos são azuis brilham, eu olhei para si e perguntei:
-Quem és tu? - Ele pegou na minha mão e olhou com toda a sua atenção.
-Castiel - Respondeu.
-Olá Castiel - Disse eu com um ar estranho para ele.
O Sam aproximou-se de nós e falou.
-O Castiel é um anjo e conhece o Lucifer. - Está explicado porque ele me olha com tanta atenção. Soltei-me da sua mão.
-Também me queres matar? - Perguntei. Ele abriu várias vezes a boca para responder mas acabára sempre por fechá-la.
Finalmente falou, depois de meia hora.
-Não sei bem, acho que não, talvés sim. Tu representas uma grande força divina, és uma ameaça para o mundo mas matar-te... Eu não seria capaz. - Fiquei séria a olhar para ele, engoli em seco.
Ao sentar-me numa cadeira falei.
-Eu vou dar em louca com tudo isto. - Um telemóvel tocou e o Dean atendeu.
-Sim? - Afastou-se e foi falar para outra sala.
-Ela vai ficar com voçês? - Perguntou o Castiel ao Sam.
-Sim vai, nós vamos protegé-la. - O anjo desapareçeu e o Dean voltou para dentro.
-Temos um homicídio em Dallas. - Anunçiou. Olharam todos para mim, senti-me assustada e perguntei.
-O que é que eu tenho a ver com isso? - O Bobby com o rosto meio triste falou metendo a mão no meu ombro.
-Está na hora de arrumares as tuas coisas para ires com eles.
-Já? - Não consegui esconder o meu desapontamento.
-Sim, eles vão para Dallas, deves ir com eles. - Olhei para eles, o Sam sorriu.
-Estamos aqui á tua espera. - Não encontrei mais argumentos, levantei-me e fui arrumar as minhas coisas na minha mochila. Quando terminei olhei para o quarto que eu fiquei a dormir durante um mês, eu não consigo aqueçer lugar em lado nenhum. Suspirei, meti a mochila ás costas e sai.
Eles levantaram-se ao ver-me.
-Por quanto tempo é que eu vou ficar com eles? - Perguntei olhando para eles.
-Depende. Quando conseguirem acabar com a existênçia de Lucifer. - Disse Bobby.
-E isso pode demorar quanto tempo?
-Anos. - Disse o  Dean, olhei para ele espantada, senti os seus olhos a olharem-me de cima a baixo.
Eu fui ao pé de Bobby e abraçei-o de novo.
-Obrigada por tudo. - Disse-lhe.
-Não tens nada que agradeçer.
-Adeus Bobby voltamos a ver-te em breve. - Disse o Sam.
Fomos ter a um carro cumprido e preto.
-Gostas da minha miuda? - Perguntou o Dean orgulhoso do seu carro.
-Acho que sim. - Disse-lhe.
O Sam ia entrar pelo lado passageiro ao lado do condutor mas o Dean viu e falou supreendido.
-Ei Sammy então? Dá o lugar á senhora, sé um cavalheiro. - Eu olhei para o Sam e falei:
-A sério não á problema, eu posso ir atr... - O Sam interrompeu-me.
-Eu vou bem atrás. - Eu sorri e entrei.
O carro por dentro é todo de cabedal, limpo e espaçoso, ele ligou o motor e saimos.
Andamos ainda durante um bocado de tempo, eu tirei o meu ipod da mochila, ligue-o e meti os headphones nos ouvidos.