Mais tarde consegui-me acalmar e
consegui parar de chorar.
-Como é que vocês vieram para
aqui?
-Nós já estávamos aqui, eles
chegaram durante uma noite e apanharam-nos. Tentamos fugir mas não conseguimos.
-Eles mataram alguém? – Perguntei,
a mulher por momentos não disse nada e desviou o olhar mas acabou por falar.
-Não, eles soltaram alguns porque
disseram que não tinham o vírus e nós temos. – Este vírus faz-me confusão.
Ainda não percebi o que eles querem dizer com este vírus que não faz sentido
nenhum.
-Eles mantêm-vos aqui sem nada? –
Voltei a perguntar.
A mulher que estava um pouco longe
dali falou.
-Há um que ás vezes trás comida e
água. – Ouvimos um barulho e uns entraram, são cinco estão todos vestidos de
preto, do pescoço aos pés.
Ouve um que me chamou a atenção.
Ele está vestido de preto o que
realça os seus cabelos claros e olhos verdes, tem uma pele ligeiramente clara,
é muito alto e bem constituído.
Ele tem um rosto muito bonito, uns
olhos cativantes mas não tem expressão nenhuma. Ele não tem o rosto cruel e
rude como os outros mas também não é mau.
Os seus olhos passaram por todo o
lado e olharam para mim, eu encolhi-me e senti-me vulnerável, encostei as
pernas ao peito e rodeei-os com os meus braços.
Ele não tirou logo os olhos de
cima de mim até que um dos seus o chamou.
-Josh aqui. – Ele afastou-se,
ficaram os outros três a olharem por nós.
Alguém espirrou e olharam logo
apontando as armas.
-O que foi isso? – Perguntou um,
mas ninguém respondeu.
Ele não gostou, aproximou-se do
rapaz a passos largos.
-Eu disse: O que foi isso? – O
rapaz encolheu-se de medo, foi eu quem falou destemidamente. Para quê vergonha
nesta altura do “campeonato”?
-Foi um espirro. – O oribiano veio
ao pé de mim.
-Armada em engraçadinha? – Os seus
olhos são cinzentos e há ódio à volta deles, eu baixei os olhos para os meus
pés e não disse mais nada.
Ele levantou-se e foi para o pé do
outro.
Os outros voltaram.
-Temos fome comandante. – Disse
um. O suposto comandante, também muito alto sorriu e falou.
-Vão comer. Josh tu ficas aqui a
vigiar esta gente. – Saíram, o louro ficou ali a olhar para nós.
Da porta veio um cheiro a comida,
parece ser galinha. Eu estou cheia de fome mas tenho um nó no estômago de medo.
Aposto que esta gente está com fome e ninguém lhes dá nada.
-Vocês não vão dar comida a nós? –
Perguntei, o oribiano de olhos verdes olhou para mim.
Há algo de cativante e perigoso ao
meus tempo nele que me deixa intrigada e assustada, não consigo perceber se
ele está com raiva, zangado ou feliz.
Ele saiu, fechou a porta. Pensei
que não fosse voltar pelo tempo que demorou mas voltou com um saco e tirou umas
sandwiches.
-Bom apetite. – Disse, atirando o
saco para o meio do chão.
A mulher que me amparou à bocado
puxou o saco e tirou umas sandwiches e distribuiu por toda a gente.
Começamos a comer, a menina ao meu
lado num instante devorou a sandwich, enquanto eu só dei uma dentada.
Ela olhou para a minha sandwich,
eu sorri-lhe.
-Ainda tens fome? – Perguntei, ela
por momentos ficou sem dizer nada mas com custo acenou com a cabeça. Eu fiquei
com pena e dei-lhe a minha.
Eu mesmo não consigo comer, olhei
para a minha frente e vi o rapaz oribiano a olhar para mim.
Eu tive que baixar a cabeça.
Passou-se um bocado de tempo e ele
continua no mesmo sitio a olhar muita vez para mim. Será se ele está com uma
ideia de fazer-me mal? Tenho medo só de pensar nisso.
Os outros apareceram e ele saiu. O
suposto comandante sorriu-nos, foi para a porta e lançou-nos um sorriso cruel.
-Bons sonhos. – E fechou a porta.
Ficamos de novo sozinhos,
olhamos-nos uns para os outros.
Eu tenho que arranjar maneira de
sair daqui.
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