segunda-feira, 7 de abril de 2014

Earth and Oribus: Love and War Capitulo 5

Acordei às sete em ponto com o despertador a tocar.
Vi que o lençol ainda está pendurado, o que é óptimo, dá-me tempo para arrumar umas coisas na mochila.
Levo apenas um casaco de pele para a noite, é castanho de cabedal e quentinho, levo a escova e pasta de dentes, um pente para o cabelo, uma navalha, uma arma e uma garrafa de água.
Vesti uns jeans, um top e um camiseiro por cima e calcei as minhas botas. Passei na cozinha, fiz umas sandwiches e arrumei na mochila.
Voltei para o quarto despertar o meu irmão.
Ele já não está! Não acredito que ele não me disse nada, que raiva!
Lembrei-me do Ian e fui a correr à sua barraca. Entrei com cuidado para não acordar os seus pais, ouvi um barulho e afastei  a cortina, o meu peito aliviou-se. Ele está a arrumar coisas para levar.
-Joan. – Disse não me esperando ver.
-Onde estão os outros? – Perguntei.
-Já saíram, eu vou agora. – Fui atrás de si e salientei.
-Eu vou contigo. – Ele saiu da barraca e eu fui sempre atrás de si.
-É melhor ficares.
-Tu também? – Perguntei chateada, ele virou-se para mim e perguntou.
-E se te acontece alguma coisa? Eu iria-me culpar por não te conseguir proteger.
-Fico mais protegida com vocês do que aqui. – Ele tentou protestar mas eu venci, senti isso e sorri.
-Não temos que os apanhar? – Voltei a perguntar, ele sorriu olhando para mim.
-És louca. – Fomos para a carrinha que o nosso pessoal tem escondido.
Avistei o meu irmão, ele não me esperava. Veio até a mim.
-Joan volta para lá já! – Disse chateado.
-Eu vou contigo. – Ele suspirou.
-És tão teimosa. – Subimos e saímos da colónia.
Fomos a caminho da cidade e a cada quilómetro que passamos eu fiquei ainda mais ansiosa.
A certa altura o Ian que está sentado ao pé de mim tirou algo da mochila.
-Queres? – Ele trouxe bolachas, eu tirei uma e comi com a cabeça encostada ao seu peito.
Mais tarde chegamos, a cidade está deserta, não há sinal de vida, nem se vê nenhum oribiano.
-É estranho não vermos nenhum. – Disse o Kyle.
-Devem andar por ai num canto qualquer. Vamos é despachar-nos antes que alguém apareça. – Disse o Ben metendo mãos à obra.
Eu fui ao pé do Jordan e do Ian.
Fomos a um centro comercial onde conseguimos tirar bastantas coisas. Cobertores, almofadas, roupas para toda a gente, livros, cadernos, relógios, sapatos, toalhas, champôs, sabão e entre outras coisas.
Voltamos todos cheiros de coisas para a carrinha.
-Agora temos que encontrar um supermercado. – Fomos e encontramos pessoas a tirarem coisas para si. Podemos ver que há pessoas como nós pelos seus rostos assustados, eles ficaram desconfiados.
-Mostrem os pulsos. – Disse um com a arma apontada a nós.
-Pulso? – Perguntou o Ben sem perceber.
Uma mulher agarrou no meu braço e virou-o para cima.
-São dos nossos. – Disse. Iam-se afastar mas o Jordan falou.
-Vocês sabem alguma coisa que nós devemos saber? – Um rapaz sardento alto falou.
-Os oribianos têm uma tatuagem no pulso direito, um código de barras. – Saíram todos, deixando o nosso grupo sozinho.
-Isso já é uma ajuda. – Disse o Kyle, metemos as mãos à obra e fomos buscar comida.
Depois de um bocado de tempo voltamos a encher a carrinha e saímos dali.
Voltamos a andar mais um bocado na carrinha.
Sentimos um cheiro a comida e o meu estômago roncou.
-Cheira bem. – Disse Ian salivando.
-Pode ser uma emboscada. – Disse Jordan.
-Estamos com fome Jordan. – Disse o Ben.
-Já paramos num sítio mais seguro. – Disse o Jordan e continuo a conduzir.
Depois de mais uma hora e meia a conduzir, foi o Kyle quem falou cheio de fome.
-Jordan temos fome. – Jordan lançou-lhe um olhar de poucos amigos.
Paramos a norte do centro da cidade, saímos e esticamos as pernas.
-Tem ali um Mcdonalds, pode ser que tenha alguma coisa. – Disse Kyle afastando-se, Jordan retirou uma carabina e lançou-se atrás dele.
-Raios Kyle não te afastes assim sozinho.
-Eu também vou. – Disse o Ben afastando-se.
Eu fiquei sozinha com o Ian, olhei para ele, ele parece incomodado com alguma coisa.
-Estás bem? – Perguntei.
-Não, estou apenas apertado para ir à casa de banho. – Uma vez que estamos os dois sozinhos eu afastei-me.
-Podes fazer atrás da carrinha, eu não olho. – Ele sorriu.
-Simpática. – Eu fiquei à frente a olhar à minha volta, avistei algo que me chamou a minha atenção.
O placar da cidade que transmite videoclips e anúncios de televisão está ligado mas no stop o que é muito estranho.
Lembro-me de dizerem que todos os cinco placares de cada cidade depois iram ser desligados porque seria perigoso ficar ligado, alguém podia querer fazer um vídeo para transmitir a alguém e os oribianos não gostam de tal ideia porque só iria provar que ainda tem humanos vivos.
Senti a pele de trás do pescoço a arrepiar-se e a descer ao centro das costas, um pavor apoderou-se de mim.
-Ian? – Chamei, este não respondeu logo.
-Ian? – Voltei a chamar mais assustada, fui atrás da carrinha mas ele já não está. O meu coração deu um salto. Isto não está a correr como eu queria.
Abri a porta da carrinha e tirei a primeira arma que calhou, uma revolver.
Quando fechei a porta vi o Ian a sorrir o que foi um susto, não o esperava.
-És parvo? Assustaste-me.
-Desculpa não era minha intenção, estava só a brincar.
-Não o faças. – Ele viu-me com uma arma na mão.
-O que fazes com isso na mão?
-Protecção? – Disse sarcasticamente, ele sorriu e puxou-me para si com as mãos, ele tirou a echarpe da Linda do braço porque esta cor lhe incomoda.
-Deixa-me ser eu a proteger-te. – Disse e tirou-me a arma da mão.
-Pode ser preciso. – Ele deixou-a num canto e tocou-me no rosto.
-Estava a chamar-me. – Ele ao dizer isto, lembrei-me do ecrã, olhei para o placar no arranha-céus. É estranho, à pouco a imagem era de uma mulher a falar agora é de muitas pessoas e mais uma vez no stop.
-Alguém sabe que estamos aqui.
-Porque dizes isso? – Perguntou ele, virei o Ian para o placar e apontei para este.
-À bocado era uma imagem de uma mulher agora é aquilo. – Ele olhou para mim de testa franzida.
-Tens a certeza? Não terás feito confusão?
-Eu sei o que vi.
-Temos que avisar os outros.
-Está bem eu fico aqui. – Disse-lhe, ele não deve ter gostado. Olhou para mim com os olhos arregalados.
-Eu não te vou deixar aqui sozinha.
-E deixamos a carrinha assim? – Perguntei.
-Tens razão. – Ficamos por momentos os dois à espera dos outros três.
Não estávamos à espera, a imagem desapareceu, o ecrã ficou branco e surgiu umas palavras: “FUJAM”. Eu e o Ian trocamos um olhar assustado.
-Alguém está refém. – Disse assustada. Ele agarrou na minha mão.
-Entra. – Pediu ele, entramos na carrinha e ele ligou o motor.
-Onde vamos? – Perguntei.
-Vamos buscar o teu irmão e os outros.
-E os que estão feitos de reféns? – Voltei a perguntar, ele olhou para o caminho à sua frente.
-Não sei. – Respondeu.
Fomos para perto da Drive-Thru do Macdonalds, eu sai da carrinha.
-Vou chamá-los.
-Joan não. – Saiu da carrinha atrás de mim.
-Eu fico bem. – Garanti-lhe mas não serviu de nada, ele parece não acreditar.
-Não sabes o que está ai dentro. Eles podem estar numa luta com algum daqueles doidos. – Tirei a arma do seu cinto e não lhe dei ouvidos. Quero provar que consigo lidar com isto sozinha.
-Eu sei que sou um pouco descuidada mas quero provar que sirvo para alguma coisa. – Ele fez um sorriso e abanou a cabeça.
-Grita se precisares de mim. – Olhei para ele e virei-me de costas.
-Não vai ser preciso. – Entrei com o coração aos saltos. Onde estão aqueles três?
Está um silêncio e não há sinal de ninguém.
Caminhei até que ouvi um barulho, parece ser tachos a cair, sustei a respiração por momentos e deixei as mãos firmes na arma. Serei capaz de usá-la? Tentei não duvidar da minha coragem.
Fui andando para perto da cozinha e o barulho repetiu-se.
Encostei-me junto à porta e ouvi a voz do meu irmão. Parece que tudo está bem, abri a porta e um tiro veio para perto de mim mas não me acertou felizmente.
O Jordan foi aos arames.
-És parva? Eu podia ter-te acertado. Assustei-me caramba. Porque fizeste isso? – Engoli em seco, ele pelos vistos estava muito concentrado no que estava a fazer.
-Desculpa mas pensei que vocês queriam saber que há oribianos por aqui perto e reféns dos nossos. – Eles levantaram-se sérios e olharam para mim.
-O que disseste? – Perguntou o Kyle.
-Eu vi no placar uma palavra a surgir “FUJAM”, e o Ian também. – Eles pegaram logo num saco e lançaram-se dali para fora a passos largos, o Jordan alcançou-me logo, agarrou no meu braço e rebocou-me para a carrinha.
-Temos que sair daqui. – Nesse instante ouvimos tiros e vimos cinco homens altos, vestidos de preto e de armas apontadas a nós, eles aproximam-se de nós.
-ENTRAM! – Gritou o Jordan, assim fizemos e ele pregou a fundo no acelerador.
Os tiros continuam a vir contra a carrinha, nós tivemos que nos baixar.
De repente ouvimos um estrondo e a carrinha deixou de andar, os pneus!
-Merda! – Gritou Jordan furioso, volto a ligar o motor, a carrinha voltou a andar mas mal com os pneus furados.
Ele encostou a carrinha num canto.
-Mudem tudo para aquele carro já. – Nós fizemos logo o que ele disse.
Assim que acabamos ouvimos passos, são eles.
-Eles vão ver-nos. – Disse o Kyle, eu vi a bola de basquetebol que o Ben trouxera para jogarem e tive logo uma ideia.
Tive uma ideia, peguei-a e comecei-me a afastar-me, eles não gostaram e vieram logo atrás de mim.
-O que vais fazer? – Perguntou o Ben.
-Joan pára com as tuas ideias. – Disse o Jordan.
Sei que estão todos assustados, eu também estou e se querem sair daqui com vida, vão ter que confiar em mim ou não, eu vou fazer isto mesmo que eles sejam contra.
-Tenham calma, eu sei que estou a fazer. – Meti-me do outro lado da esquina e vi dois de costas para nós, atirei a bola com toda a força que reuni, esta bateu nas costas de um, ele virou-se de lado.
Não sei o que me deu a seguir, tirei a arma da cintura e disparei contra ele, este caiu.
Eu acertei? Arregalei os olhos de espanto.
O outro olhou na nossa direcção, eu fui mais rápida que ele e disparei na sua perna, ele agarrou-se a esta.
-AH! – Gritou.
-Boa Joan, agora vamos sair daqui. – Disse o Ben, fomos para a carrinha, eu ainda não tinha fechado a porta quando o Jordan começou a guiar com força, ele virou à direita e eu desequilibrei-me e sai fora da carrinha.
-NÃO! –Gritou o Ian, o Jordan começou a fazer marcha atrás e uns oribianos começaram a vir na minha direcção.
Coloquei-me logo em pé e uma dor percorreu até à minha coxa, meti a mão instintivamente.
-Au. – Vi o Jordan a recuar, larguei-me a correr com toda a força que pude.
Os oribianos correm mesmo de pressa.
-Despachem-se! – Gritei, os oribianos estão quase a apanhar-me, tirei a arma e virei-me para eles. Comecei a disparar em todas as direcções, uns caíram e outros não, até que fiquei sem balas.
Atirei com esta para o chão com raiva e continuei a correr.
-Jordan! – Gritei, de repente o carro parou.
O que se terá passado? Dei por tudo e alcancei a maçaneta da porta, o Ian abriu e eu entrei.
Eles ficaram os quatro por momentos só a olhar para mim.
-O que foi? Eles vêm ai, despachem-se. – O Jordan reagiu e meteu o pé com toda a força no acelerador.
O Ian tocou em mim para ver se eu estou inteira.
-Foste fantástica. – Eu sorri
Andamos mas os oribianos continuam a vir atrás de nós como moscas.
-Temos que os despistar. – Disse o Kyle.
-O que fazemos? – Perguntou o Jordan, ele está demasiado ocupado para pensar.
Eu tive uma ideia.
-Temos que nos dividir, talvez assim os despiste .
-Ela tem razão, somos cinco. Jordan ficas comigo e com ela, Kyle e Ben vocês ficamos com outro carro. Um conduz e outro dispara. – Disse o Ian.
-O Kyle não sabe disparar. –Disse o Ben, estão todos com medo e nervosos.
-Cala-te, sei sim. – Disse o Kyle furioso.
-CALEM-SE! – Desta vez foi eu que gritei, eles olharam para mim. O Ian voltou a falar.
-Temos que fazer isso já. – Avistamos um carro, o Ben meteu-o logo a funcionar.
-Vemos-nos na colónia. – Eu fiquei com o Jordan e o Ian, eu fui a conduzir e eles a dispararem. Não sei quantos mataram mas eu andei sempre o máximo por não sei quanto tempo.
O Kyle e o Ben ficaram com o carro e com as coisas para abastecer a colónia e foram para lá enquanto andamos pelas ruas a fugir dos oribianos.
Eu meti-me por arvoredo, deve ser um parque ou coisa do género.
O carro parou, eu vi que é a luz da gasolina. Ficamos sem gasolina!
-Não há gasolina! – Exclamei.
-Merda! – Praguejou o Jordan.
-Temos que sair daqui o mais depressa possível. – Disse o Ian, nós saímos do carro e começamos a correr no meio das ervas espessas e árvores.
O Jordan e o Ian foram disparando, eu também ajudei tirando a arma da mochila.
-Isto não estava nos nossos planos. – Disse Jordan e disparou.
Eu ia a correr e cai num buraco sem esperar, gritei de susto.
-AH!
-JOAN! – Gritaram os dois.
Fiquei com as pernas no buraco, olhei para ver onde estava e vi ossos e uma caveira, tornei a gritar.
-AH! Tirem-me daqui. – Eles puxaram-me pelos braços e tiraram-me.
Íamos começar a correr quando quatro oribianos nos apanharam.
Um ficou a andar à nossa volta e a olhar para nós. Ele é muito alto, de cabelos muito pretos, parecem azuis à luz do sol, os seus olhos são escuros como a noite e está vestido todo de preto. A sua voz é grossa e perigosa, lançando-me arrepios pela espinha.
-Ora, ora o que temos aqui. – Olhou de um para o outro e para mim.
Nós os três não dissemos nada, eu nem acredito que fomos apanhados, está tudo acabado.
Ele foi ao pé do Jordan e ai ficou, o meu coração contorceu-se.
-O que descobrimos. – O homem tirou-lhe a arma da mão e olhou para ele. Passou com uma espécie de arma sobre ele.
O que é que lhe está a fazer? Eu tentei mexer-me mas o homem agarrado a mim não deixou.
O homem ficou com uma cara extremamente séria.
-Ele não está infectado com o vírus. – A cara do Jordan ficou sem cor, ficou branca.
-O quê? – Os outros agarrados a nós disseram em unissimo.
-Ele não representa qualquer ameaça para nós.
-Como é que isso é possível?
-Não sei. – Respondeu, voltando a olhar para o meu irmão.
-Matamos-lo?
-Não! – Deixei escapar, eles olharam para mim e eu senti o rosto a ficar vermelho.
O homem que o examinou veio para o pé de mim e passou aquele objecto assustador pelo meu rosto e peito. Ele sorriu para mim com um sorriso maldoso.
-Matem-na. – O homem que estava agarrado ao meu irmão veio-me agarrar.
-NÃO! – Gritou o meu irmão, ele foi contra os homem mas mal os atingiram, eles são tão altos.
O de cabelos pretos foi ao pé do Ian e também o examinou.
-Este também não tem o virus.
-Então não se preocupem com eles, preocupem-se com ela. – Os dois que estavam a agarrar-me, agarraram-me com mais força.
-Não, larguem-na. – Pediu o Ian, apareceram mais dois e agarraram no Ian e Jordan, para estes não atingirem os seus homens.
Começaram a afastar-se comigo.
-POR FAVOR! – Ouvi o meu irmão a dizer.
Lágrimas jorraram dos meus olhos e foram para o meu rosto.
O meu coração disparou a um ritmo tão rápido que eu pensei que ele fosse parar e dar-me uma coisa, não tenho força no copo, sinto–o fraco. Deixei cair a cabeça para a frente.
Ouvi um tiro e olhei, vi o meu irmão e o Ian a lutarem com os homens, estes caíram.
Eles começaram a correr na minha direcção.
-Larguem-me já! – Eles dispararam contra eles, eles caíram a gritar de dor e eu fiquei solta, comecei logo a fugir com o Ian e o Jordan, íamos a virar a uma esquina e um muito alto agarrou-me.
-Para onde vais querida? – Começou-se a rir o que me assustou.
Vi que os rostos do Jordan e do Ian ficaram sem ar, o oribiano apontou a arma à minha cabeça.
-Vocês mataram os meus, eu mato-a.
-Por favor mate-me a mim. – Pediu o Jordan.
-N-não. – Solucei.
Vi que apareceram mais dois, apontaram contra nós e passaram-nos aquela máquina horrenda.
-Estes dois não estão infectados. – O oribiano agarrado a mim apertou-me contra si.
-Esta está. – Os homens ao pé do Jordan e do Ian empurraram-nos.
-Vão se embora antes que mudemos de ideias.
-Eu não vou sem a minha irmã. – Senti a misericórdia e o medo na voz do Jordan o que me fez chorar mais.
Porquê? Porque isto tinha que nos acontecer? Porque é que eu estou infectada com o não sei o quê e eles não? Porque é que eu tenho que morrer? Eu só quero viver nem que seja sempre na colónia mas eu quero viver, estar com o meu irmão, ver as crianças a sorrir, a luz do sol e ter o amor do Ian. Eu preciso de viver, não quero mesmo ter que morrer.
Mas o que é que eu faço? Este oribiano/homem, forte e grande está agarrado a mim e está determinado a acabar comigo.
-Não, eu não vos vou deixar matá-la. Ela não merece! – Disse o Ian muito chateado e nunca o vi assim.
-Acho que vamos mudar de ideias Victory. – Disse um deles agarrado a mim, eu gritei.
-NÃO! Levem-me a mim e deixem-los viver. – O Ian e o Jordan olharam para mim com um ar triste.
Foi a melhor decisão que eu tomei.
Eu não seria capaz viver sem nenhum dos dois, prefiro que me levem a mim.
-Muito bem querida. – Eu engoli em seco, odeio ouvir ele a chamar-me de querida, é repugnante.
-P-posso ao menos despedir-me? – Pedi com custo.
Ele respondeu soltando-e apontando a arma a mim.
Eu fui ao pé do Ian e abracei-o com força, senti os seus braços a abraçarem-me com força e possessibilidade, eu não quero deixar de ter os braços à minha volta, quero sentir a sua doçura, ter a sua atenção. Ele disse que gosta de mim e eu quero estar com ele e ter o seu amor.
Chorei no seu peito, as suas mãos passaram pelas minhas costas e cabelo, ele falou ao meu ouvido.
-Eu amo-te, não te esqueças disso. – Deu-me um beijo no rosto, eu dei-lhe outro e nesse momento senti que eu tenho que dar tudo por tudo para viver, posso não ter a altura e a força dos outros mas tenho inteligência. Só preciso usá-la com determinação.
Falei aos seu ouvido baixinho.
-Eu prometo-te que me vais voltar a ver na colónia. Eu vou voltar. – Olhamos-nos , ele sorriu e eu vi uma pequena felicidade no fundo dos seus olhos.
Eu fui ao pé do Jordan, ele abraçou-me despedaçado.
-Não Joan, não. – Falei ao seu ouvido.
-Calma, eu vou voltar. Prometo. – Ele olhou confuso para mim.
-O que… - Tive que o interromper antes que os outros dêem por isso.
-Vão. – Pedi, o Ian agarrou no Jordan e levou-o com dificuldade, senti a dor no coração.
Que vou fazer sem eles? Sozinha sou quase insignificante. E se eu não me consigo safar?
Eles agarram-me logo e levaram-me dali.
Vi que eles me levam para o edifício onde tem o ecrã.
Quando cheguei deixaram-me numa grande sala com janelas por todo o lado com vista sobre o centro do Texas, vi pessoas sentadas no chão a olhar-me com receio.
Uma levantou-se e veio muito devagar ao pé de mim.
-És dos nossos? – Olhei para a rapariga há minha frente e vi que ela está tão assustada quanto eu.
É mais ou menos da minha altura, talvez um pouco mais baixa, cabelos ruivos ondulados e desguedelhados, magra e com roupas meias sujas e gastas.
Eu acenei com a cabeça, ela sorriu.
-Anda, podes-te sentar ao meu lado. – Fui consigo.
Olhei para as pessoas e de repente senti uma necessidade de chorar, assim fiz e deixei-me cair no chão. A rapariga e mais duas pessoas vieram ao pé de mim.
Uma mulher mais velha tocou-me no rosto.
-Tem calma querida. Como te chamas? Está tudo bem. – Ela embalou-me nos seus braços, isto fez-me lembrar da minha mãe.


1 comentário:

  1. Amei seu blog, é lindo dms, mt organizado! e já estou te seguindo! Retribui? Segue meu blog? www.causandonaweb.blogspot.com.br Vai ter sorteio viu? Bjo minha linda!sucesso!

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