Ian
Ian antes de chegar aquela colónia, estudava numa
universidade, era um rapaz calmo e um pouco metido consigo. Com toda aquela
guerra, ele fugiu com a família e a irmã para uma colónia.
No princípio não foi fácil para si adaptar-se a um meio
totalmente diferente daquele que ele vivia. Ele já não tem um quarto só para
si, uma casa de banho e todas as regalias que tinha. Agora ele tem que dividir
tudo com outras pessoas o que não foi fácil para si.
Ian é uma boa pessoa, calmo, querido e já não é tão apático
como era, ele aprendeu a reagir mais depressa.
Ian tem 25 anos, é alto, tem cabelos escuros e uns olhos
azuis claros que fazem qualquer rapariga suspirar por si.
Há três raparigas na colónia que gostam dele, quando elas o
vêem sorriem, dizem olá e fazem-lhe
olhinhos.
O Ian gosta e sente a sua auto-estima mais elevada mas a
rapariga que ele gosta não olha para ele.
Iam chegou ali nos fins do ano 2071 e em 2073 conheceu uma
rapariga que ali chegou. Ela é morena, os seus cabelos são castanhos escuros
com umas madeixas, os olhos são castanhos, tem 1.60 e tem um corpo robusto e
curvilíneo, é uma rapariga com um grande coração, um belo e contagiante
sorriso, é meiga, querida e gosta de ajudar os outros.
Ela chegou com o irmão há colónia, ele ficou logo amigo de
Jordan e agora são melhores amigos e a sua irmã Joana é o amor da sua vida.
Joana ficou amiga de Linda que é sua irmã, Ian também é
amigo de Joana e gosta da sua amizade mas gosta dela e não consegue a tirar da
cabeça.
Ian passou um susto quando pensava que ela estava a ser
raptada ou violada. Ele foi com o Ben, Kyle e Jordan atrás dos rufias, graças a
Deus que ficou tudo bem e Joan voltou são e salva.
Levaram-na para a sua barraca, Linda foi ter com ela e mais
tarde saiu, foi ter há zona da cozinha. Ian viu a irmã a aproximar-se com uma
caneca a dizer: “I love New York”.
-Como é que ela ficou? – Perguntou ele. Linda olhou para o
irmão com um pequeno sorriso, ela sabe que o irmão gosta da sua amiga e não foi
preciso Ian dizer-lhe, Linda conhece o seu irmão muito bem.
-Ela está mais calma, bebeu o chá e agora ficou a dormir um
pouco. – Ele sorriu contente por Joan estar bem.
Mais tarde Linda, Sarah (sua mãe), as três raparigas que
gostam de Ian (Lyn, Sheila e Nancy) e a Senhora Margret fizeram o jantar.
O Ian e o Jordan apareceram.
-Cheira bem. – Disse Jordan. Sarah entregou os pratos a
Jordan.
-Mete-os na mesa. – Pediu ela. Ian tentou depenicar mas
Linda não deixou.
-Não Ian.
-Então porquê? – Linda meteu um pouco de sopa de feijão numa
tigela de barro antiga.
-Leva à Joan . Ele deve estar a acordar. – Ele não esperava
mas ficou feliz por ter uma desculpa para a poder ver.
Ele sorriu.
-Está bem. – Linda meteu uma colher e Ian levou há cabana de
Joan.
Joan
Acordei com um cheirinho bom e uma presença, virei-me para o
outro lado e vi o Ian com os seus olhos azuis sobre mim. O seu rosto parece ser
de um ursinho bebé, eu sorri e sentei-me.
-Trazes-me alguma coisa? – Perguntei, ele sorriu e
aproximou-se mais de mim.
-Trouxe-te o jantar. – Peguei na tigela pequena que cheira a
sopa, cheira a feijão e a carne.
-Obrigada. – Comecei a comer, eu devia estar cheia de fome.
Ao comer senti o meu estômago oco a ficar preenchido com esta sopinha
quentinha.
Senti os olhos do Ian a olhar para mim atentamente enquanto
eu comia.
Comi tudo devagar, senti-me quente e cheia.
-Muito bom e tu não comes? – Perguntei.
-Vou já. – Sorriu, eu também retribui o sorriso.
-É melhor te adiantares antes que fiques sem nada. –
Disse-lhe.
-A Linda guarda-me sempre um pouco. – Disse, eu limpei a
boca com um papel, ele viu e levou a mão ao canto da minha boca sem eu esperar.
-Estavas suja. – Olhei para ele, os seus olhos estão fixos
em mim e muito bonitos.
Sempre achei o Ian bonito e bom demais para mim. Ele é muito
bom, tem bom coração, não é egoísta, gosta de ajudar todos, é querido com os
mais pequenos, é meu amigo. Ele tem tudo o que uma rapariga precisa neste
momento.
A Lyn, Nancy e Sheila gostam dele, ele daria um bom namorado
para qualquer uma delas. Para mim não, eu sou só sua amiga e tenho um carinho
especial por ele. Não gosto dele com a Lyn mas sinto um frio no estômago quando
o vejo, posso ter uma paixoneta ou uma atracção por si mas é só. Se eu quisesse
namorar, ele não me iria querer, eu sou sarilhos, ando sempre metida em algo e
não sou boa companhia para ninguém.
Ficamos por momentos só a olhar-nos. Ele aproximou-se do meu
rosto mas eu afastei-me do seu.
-Que se passa? – Perguntou-me, eu olhei para ele com o rosto
afastado.
-O que estavas a fazer? – Perguntei nervosa.
-Est… - Calou-se e baixou a cabeça.
-Ias-me beijar? – Não fui capaz de me conter, as palavras
simplesmente simplesmente saíram. Algo no meu fundo me diz que ele me ia
beijar.
Ele não esperava tal pergunta vinda de mim e nem eu
esperava. Eu aparento ser um pouco tímida e metida comigo mas não sou, em tempos
fui mas agora a vida é outra e eu tive que mudar. Agora eu aproveito a vida e
vivo o presente sem esperar pelo futuro, antes tinha medo de falar e me
defender mas agora não é assim, eu quero viver, tenho que me saber defender
apesar do medo ficar sempre.
Ele olhou para mim com o ar surpreendido.
-E… eu… - Tentou falar. Eu fui até ele e peguei nas suas
mãos.
-Ian por favor fala. – Ele olhou para mim.
-Não consigo. – Tive pena dele, o Ian é tão boa pessoa,
quando o conheci ele era extremamente metido consigo e tímido mas agora está
melhor apesar de ainda ser assim. Faz-me lembrar de como eu era antes de ter
esta vida.
Apertei as suas mãos nas minhas e falei com uma voz doce e
delicada.
-Consegues sim. Ian esta vida já não é como era, não tenhas
medo de falar, sé tu mesmo e não penses no que os outros pensam de ti, eles
estão mais preocupados consigo do que contigo. – Ian sorriu, os seus dedos
vieram para as palmas das minhas mãos.
-Isso ajuda.
-Vive a vida, faz como eu. – Ele riu.
-Isso não, se não ia estar sempre em sarilhos. – Eu sorri,
ele tem razão.
-Tu percebeste.
-Sim. – Ouvi o Jordan a entrar.
-A Linda tem uma tigela de sopa Ian. – Disse o Jordan.
O Ian olhou para mim e levantou-se.
-Volto mais tarde. – O Ian saiu e o Jordan veio-se sentar no
lugar onde o Ian estava sentado.
-O que estava ele a fazer? – Perguntou-me.
-A fazer-me companhia.
–O Jordan sorriu.
-Muito bem. – Ficamos por momentos em silencio, eu encostei
a cabeça no seu ombro.
-Jordan? – Chamei.
-Sim?
-Estás zangado comigo? – Ele tocou-me na cabeça.
-É claro que não, contigo nunca. És tudo o que me resta. –
Sorri de felicidade.
-Ainda bem, fico feliz. – Ficamos mais um pouco em silencio.
Ele depois falou algo que eu não esperava.
-O Ian engraçou muito contigo. – Levantei a cabeça e olhei
para ele.
-O que é que isso tem? – Perguntei desconfiada, Jordan riu
por momentos.
-Acho que ele gosta de ti. – Dei um toque no seu braço.
-Não digas isso. – Rimos
Mais tarde sai da barraca, o anoitecer chegou e estão muitas
pessoas sentadas ao pé de uma fogueira, eu fui-me juntar a eles, fiquei perto
da Linda e da Nancy. Ficamos todos a conversar e o Ian também se juntou a nós.
Era uma da manha quando resolvemos dar a sessão por
terminada.
Ia para a minha barraca quando o Ian apareceu com um
computador portátil debaixo do braço, olhei admirada.
-Isso é o que eu estou a pensar? – Ele sorriu e respondeu:
-Sim, descobri uma coisa, anda. Eu mostro-te. – Entramos
para a barraca. O Jordan já está a dormir no seu canto, o lençol que divide a
barraca já se encontra metido.
Fomos para o meu canto, ascendi um pequeno candeeiro, ele
ligou o computador.
-Descobri que há por aqui electricidade. Deve ser um posto
abandonado, consegui ligar o computador a essa rede. Pode navegar na Internet.
Fui ao facebook e descobri milhares de pessoas vivas. Há movimentos na
Internet. – Trocamos um sorriso.
-Isso é óptimo. Ian tu és um génio. – Ele pareceu corar.
-Obrigado. – Tivemos no seu facebook e vimos fotografias
dele naquela altura em que o planeta ainda não tinha sido invadido pelos
oribianos.
-Onde vivias? – Perguntei.
-Boston e tu? – Engoli em seco antes de responder.
-Seattle. – Ele olhou para mim.
-Vivias longe e no entanto estamos tão perto agora. – Disse
e aproximou o seu rosto do meu e olhou para os meus lábios. Eu não resisti e
fiz o mesmo.
-Pensei que te fosse perder hoje. – Sussurrou junto de mim.
-Eu estou aqui. – Sem eu esperar o Ian beijou-me. Foi um
beijo pequeno, eu tive que me afastar.
-Ian nós não podemos.
-Porquê? – Perguntou desiludido.
-Porque tu não gostas de mim. – Respondi.
Ele aproximou-se de mim de novo.
-Quem disse isso? – Perguntou com os seus olhos muito azuis
atentos ao meu rosto.
-Eu. – Assim que lhe respondi ele abanou a cabeça.
-Isso é mentira, eu gosto de ti desde o dia que aqui
chegaste. – Isto eu não sabia. Será mesmo verdade ou necessidade de ter alguém?
-Ian…
-É verdade. – Pegou no meu rosto e virou-me para si.
-Dá-me uma oportunidade. – Eu tive que abanar a cabeça, ele
não esperava e ficou um pouco triste.
-Porquê? – Perguntou com o olhar triste, o que me partiu o
coração.
-Porque não quero que nenhum de nós se magoa. Pode-nos
acontecer alguma coisa a qualquer momento e eu não quero que tu ou eu sofra. –
Desta vez foi ele quem abanou a cabeça.
-Não nos vai acontecer nada. Eu não deixarei, farei de tudo
para te proteger. – Disse e abraçou-me com medo de eu escapar, eu deixei-me
ficar no seu abraço quentinho.
Não demos por nada e adormecemos juntos.
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